São já seis os prémios internacionais que o mais recente documentário de Pedro Gil de Vasconcelos, sobre o Caminho Português Central de Santiago, venceu até à data. A estes juntou-se mais um prémio, o oitavo, de “O Meu Caminho”.
“O Nosso Caminho” é um documentário inteiramente gravado com recurso a smartphone, que aborda a peregrinação a Santiago de Compostela, desde Vila Nova de Gaia. Ao longo de 242 quilómetros este filme aborda as lendas e tradições, assim como as motivações de quem faz o caminho, ou de quem do caminho faz projecto de vida.
“O Nosso Caminho” é, costumo dizer, a sequência natural de “O Meu Caminho”, que realizei também com recurso a um smartphone, no Caminho da Geira e Arrieiros em 2021. Esse projecto centrou-se na minha experiência e nas minhas motivações, daí que tenha sentido a necessidade de fazer algo semelhante, no Caminho Português Central, com as mesmas técnicas de gravação e captação de imagem e som, mas com uma visão muito mais abrangente e virada para o exterior, para os outros .” Declara o realizador, Pedro Gil de Vasconcelos.
“No ano passado, venci o meu primeiro galardão com “O Meu Caminho” em Munique, com o prémio de melhor filme de tema religioso no Munich New Wave Short Film Festival e por isso decidi regressar ao mesmo festival com o Nosso Caminho e o sucesso repetiu-se.” Recorda o realizador.
Ao prémio de Melhor Filme de Fé e Religião do Munich New Wave Short Film Festival, juntou-se o Melhor Filme de Baixo Orçamento do Dallas Movie Awards Festival, o melhor filme gravado com smartphone (Best Mobile Film) no Crown Wood International Film Festival e no 8 & Halfilm Awards, melhor Curta Documental no Nigeria International Film Awards 2023 e desde domingo passado, dia 29, também melhor curta documental, no festival Sul-Africano, Green Ciak Film Awards, um "IMDB Qualifier".
"O Meu Caminho" que já participou em duas dezenas de eventos, onde venceu por sete vezes, recebeu três menções honrosas e três vezes semi-finalista, recebeu também o galardão de melhor filme produzido com smartphone, no mesmo festival Sul-Africano.
“Como, no total, tinha já mais de duas dezenas de prémios atribuídos em quatro continentes, referentes aos meus filmes e argumentos, achei que era tempo de mostrar o meu trabalho em África. Tive a oportunidade e… correu muito bem! Primeiro foi a notícia de ter ganho na Nigéria e agora esta vitória dupla, em África do Sul.” Rematou com um sorriso o realizador.
A escrita faz também parte da carreira de Pedro Gil de Vasconcelos, que com “O Grande Dorito” acumula quatro prémios de melhor argumento original e melhor argumento de comédia ao rol. Por isso, a actualidade em termos de projectos, centra-se na escrita.
“É verdade, estou apostado na promoção do meu livro “Caminhos que Faço Meus” e tenho ainda várias acções de promoção programadas para breve. Além disso estou também a trabalhar em novos textos.” Rematou o realizador e escritor.
“Caminhos Que Faço Meus” é uma narrativa parte de Oviedo de onde, segundo a lenda, no século IX o rei Afonso II das Astúrias, se deslocou até ao bosque do Libredón para ver a tumba de São Tiago, com os próprios olhos.
O seu percurso viria a ficar conhecido como o Caminho Primitivo, já que este terá sido o primeiro Caminho a ser percorrido com o objetivo de ir ver o sepulcro do apóstolo. Mil e duzentos anos depois, à semelhança de muitos outros peregrinos, Pedro Gil de Vasconcelos decidiu percorrer este mesmo trajeto, de botas nos pés e bastões nas mãos.
As suas memórias são a sua companhia ao longo dos 320 km que separam a capital das Astúrias da capital da Galiza.